RDPoesias no Ar! - Lelival da Playlist RADIOJOVEM

Bem-vindo, e-mail é lenivalnunes@hotmail.com

domingo, 22 de maio de 2016

A conquista do hoje - Por Paulo Mesquita

A CONQUISTA DO HOJE – Paulo Mesquita

Amar é um atributo e uma prática daqueles que cultivam sonhos, fantasias, afagos e gestos que duram por toda a vida. Atualmente as demonstrações de amor e admiração de um homem para com uma mulher, quase que se resume as peças de teatro, filmes e novelas. Em fim, só se vê a manifestação do amor o mais lindo dos sentimentos, em poucas pessoas ou em representações artísticas. O romantismo, as palavras carinhosas, o afeto, a meiguice de um olhar apaixonado e os gestos de dedicação através de ações protetoras e defensoras, estão sendo consumidas pela “evolução” dos tempos. Alguns meios de comunicação através de sua programação tem contribuído e muito para vulgaridade do relacionamento amoroso entre homem e mulher. O som apelativo, sem poesia, sem criatividade sem pudor, aponta para a banalização moral da música. São letras que rebaixam as mulheres, desvalorizam, desprestigiam, desrespeitam e as deixam parecendo tão somente um recipiente de descarregar sêmen. A maioria dos homens já não tem muito interesse e nem se preocupam em conquistar uma mulher. Ele diz que “pega” quantas quiser. Esse normalmente é o assunto em roda de amigos após uma festa ou balada.

      E ai cara, quantas pegou? E quantas beijou? Muitas garotas também, já acham que não é mais necessário o homem ter habilidade, decência, boa conversa, cordialidade, atenção e amor, para conquistar uma mulher. Amor! Ah! Que bobagem, não precisa ter argumento lógico para”ganhar” uma mulher. É só partir para a prática, ficar, transar, acasalar, dá uns pegas, ir beijando, abraçando e levando para onde e para o que interessa. Não precisa nem saber o nome, nem o que faz na vida, é tudo muito na tora e na tara. A atração física é suficiente. Sem nenhuma preocupação com a qualidade e sim com a quantidade. É tudo muito animal, agem mais pelo instinto de macho e fêmea, sem nenhuma valorização ou preocupação com um sentimento amoroso. Hoje é cafonice conversar demoradamente e carinhosamente com alguém. Valorizando, admirando e tentando ver por dentro o que se vê por fora. Ser romântico hoje é ser ultrapassado. Dedicar flores, lembrar do aniversário, enviar um cartão que não seja virtual, presentear, compartilhar, defender, amar? É breguisse. Não sou adepto de romantismo mela, mela. Aquele romantismo de fachada, que faz questão de apresentar aos outros, o que na prática, não é o que aparenta ser. Tudo tem que ser temperado para ter sabor, o romance não pode ser tão melado nem tão relaxado. Lembre-se: Quem não se valoriza não será respeitado e quem não se respeita não será valorizado. A conquista fácil demais perde o valor e o sabor. Difícil demais perde o encanto e a oportunidade. Esse não é o mundo que sonhei na minha adolescência. Mesmo parecendo brega, quero continuar falando de amor, de saudade, de lembranças de alguém, quero continuar com o direito de sonhar, fazer poesia e ver através dos sentimentos, um mundo colorido e diferente refletido na janela da alma. Mesmo pouco compreendido nestes tempos da forte atuação do amor Eros, de tanta prática e pouca tática, quero continuar me emocionando com histórias de amor, com um lindo conto, com o lúcido e com as canções que traduzem em poesia, voz e música, a beleza, a suavidade e a meiguice da mulher.

Nenhum comentário:

Postar um comentário