O que vale a porteira da liberdade?
Da minha roça querida
Parava o meu carro
Abria a porteira da minha liberdade
Descia e caminhava a pé até a casa grande
No varandão lá estava sentada
Na cadeira de balanço a minha velha mãe.
A me ver chegar levanta-se
E com seus braços estendido vinha me abraça.
Ali mantávamos a saudade
E ela me acariciava e nada mudava
Eu sempre deixando a porteira aberta
E minha mãe falando essas mesmas palavras.
Você sempre deixa a porteira aberta
Para voltar a sua realidade da grande cidade.
Escondendo assim a minha realidade
De nasce neste lugar
Sempre deixando a porteira aberta
Para volta a minha realidade
De volta para a grande cidade
Caminhando pela fazenda encontra
A minha égua Esperança
Junto com um potrinho e outro nascendo
Fiquei muito feliz de ver a minha égua
Pari os dois potrinhos,
Parecia que ela tinha ficando a me esperar
Para me dar a felicidade de estar naquele lugar
E me dar uma lição de vida.
Que ali era o meu lugar onde eu nasci
Igual os filhos dela.
Nessa hora, falei para comigo mesmo
Como você foi covarde.
Indo para a cidade grande
Desprezando a sua gente
E até os seus animais.
De repente eu compreendi
Que a fazenda que eu nasci
Era o meu lugar para eu viver
Até a hora que Deus me chamar
O arrependimento tocou meu coração
De ter deixado minha mãe velha
Meus animais e minhas origens
Por uma ilusão da cidade grande
Caminhei até a porteira
Entrei no meu carro
Coloquei ele para dentro e soltei.
Fui até a porteira com muito carinho
Eu a fechei,
Neste momento eu conversei
Com a porteira da minha liberdade
O que vale a liberdade?
Que as peças mais valiosas que eu tenho
Na minha vida estão neste lugar,
É a minha velha mãe querida e os meus animais.
Ao fechar a porteira da minha liberdade
Eu fechei a minha volta a grande cidade.
Aqui ficarei e nem sentirei saudades.
Da vida movimentada da cidade.
Autora: Ana da Cigana Natasha
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