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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Politica ou politicalha ? Por Josivam Alves

Política ou politicalha?

Por Josivam Alves 

A pouco mais de uma semana do dia das eleições majoritárias e proporcionais de 2014, estamos presenciando, aqui no sertão, verdadeiro festival de aberrações no campo político-partidário. Os políticos não confiam mais uns nos outros, assim como o povo não confia nos políticos e estes não confiam no povo.

A palavra da classe política virou um risco n’água. O compromisso assumido anteontem, não valeu ontem. E o assumido ontem, pra hoje já não vale mais. Ninguém cumpre o que diz. Todo mundo desconfia de todo mundo. É uma trairagem total. E o pior é que o povo não sabe ainda quem está com quem. E para confundir mais ainda: os inimigos de ontem são os amigos de hoje, e os inimigos de hoje foram os amigos de ontem. E quem sabe se ainda não muda tudo nesses dez dias.

Em Catolé do Rocha, por exemplo, a população está confusa. Está todo mundo misturado e dividido, ao mesmo tempo. Além disso, há uma infinidade de candidatos a deputado estadual e a deputado federal. Cada liderança, pensando em pegar dinheiro, está apoiando um candidato diferente.

Hoje pela manhã, na pracinha de A Favorita, o comentário era rasgado de que fulano, beltrano e sicrano pegaram milhões, não sei quem está de bolso estufado de oncinhas e peixinhos. Enfim, é de fazer vergonha. Só se fala em dinheiro. Os políticos estão sendo leiloados, e o povo é como se fosse mercadoria na feira livre.

Pelo amor de Deus, isso é política? O termo “política” não cabe aqui. O significado de política é outro completamente diferente. Como dizia Rui Barbosa, a política afina o espírito humano, educa as pessoas no conhecimento de si mesmas, desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia, cria, apura, eleva o merecimento.

Não é esse jogo da intriga, da inveja e da incapacidade, a que se deu também entre nós o nome de politicagem. Não há dúvida de que rima bem com criadagem e parolagem, afilhadagem e ladroagem. E que outro batismo poderia ser adequado? Politiquice? Politiquismo? Politicaria? Politicalha? Neste último, sim, o sufixo pejorativo queima como fogo de caieira e se torna bem esclarecedor ao leitor.

Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Pelo contrário, negam-se, excluem-se, repulsam-se mutuamente. Uma não tem nada a ver com a outra.

A política é a arte de gerir o Município, o Estado, a União, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. A política se constitui da força moral e ética, da consciência do dever e da responsabilidade com o patrimônio público. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico de pessoas viciadas pela contaminação de parasitas incontroláveis. A política é a higiene dos que são moralmente sadios. A politicalha, a doença incurável daqueles que têm a moralidade estragada.

Catolé do Rocha, 25 de setembro de 2014.

              


Colunista : Josivam Alves

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