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domingo, 31 de julho de 2016

Por que não passamos da Cepa - Torta? - Por Humberto Pinho da Silva

POR QUE NÃO PASSAMOS DA CEPA -TORTA?



Por Humberto Pinho da Silva



Há duas importantes razões, porque não conseguimos abandonar a “cauda” da Europa:
A primeira: - Deve-se ao facto de nunca se ter estabelecido plano de desenvolvimento. Cada partido, que conquista o poder, é rápido a alterar o que seu antecessor estabeleceu: seja no campo da: saúde, ensino, justiça, e até na economia.
Seria assim tão difícil, traçar linhas mestras de governação, aceites pelos partidos, com assento na Assembleia da Republica?
A segunda: - Talvez tão importante como a primeira –: é diferenciar, de uma vez para sempre, os cargos técnicos, dos políticos; para que, mudando o governo, não mudem as pessoas. Como se a competência dependesse da cor partidária! …
Conheci um homem, que trabalhou numa empresa pública. Era: pontual, dedicado, obediente e zeloso.
Ao verificar, que não havia, na empresa, área comercial, que contactasse os clientes, sugeriu o serviço; e com apoio superior, iniciou a tarefa.
Ia a pé ou de autocarro, a casa de grandes e pequenos clientes; muitas vezes fora da hora de trabalho. Chegou a ser louvado, por essa iniciativa, na imprensa da sua cidade.
Um dia, a Administração, resolveu criar, oficialmente, o serviço. Pensou que seria incorporado ou pelo menos contactado. Nada disso, aconteceu! …Era apartidário…
Para executar melhor as funções, chegou a estagiar no estrangeiro, com o apoio do C.A.
Mais tarde, verificando que havia fugas de receitas, enviou exposição aos superiores.
Após várias alertas infrutíferas, foi chamado pelo chefe imediato, que acumulou, às suas habituais funções, a de fiscalizador.
Nada lucrou, a não ser mais trabalho. Os colegas, diziam, de troça, ao vê-lo atarefado e zeloso: que ainda iria receber uma medalha… de cortiça!...
Todavia, a empresa, embolsou, com esse serviço, largos milhares de contos! … e nunca lhe disse: obrigado.
Entretanto foi envelhecendo… Certa tarde de Inverno, surpreendeu-se: o C.A. louvara-lhe a dedicação, premiando.
Era pelo Natal. Sentiu-se feliz. Finalmente, a empresa, reconhecera o trabalho, de anos de dedicação, e pensou para consigo: “sempre valeu os trinta e tal anos de zelo! …”
Mas… decorrido três meses, o mesmo C.A., que o louvara, afastava-o de todas as funções! …
Admirado, espantado, indagou as razões; responderam-lhe: que não as havia.
Houve necessidade de fazer reestruturação do serviço; e como o lugar, que ocupava, ia usufruir maior salário, passou a ser cobiçado… pelas hostes partidárias! …
Em suma: terminou a carreira profissional, com reforma inferior aos colegas.
Nada vale: competência, dedicação, pontualidade, espírito de sacrifício e zelo. O que importa: é agradar ao chefe imediato, e receber apoio do partido!...
O resto: são ilusões; são cantigas para enganar ingénuos!...
Se ao designado falta-lhe competência – mas é da nossa ideologia, – busca-se-lhe adjunto, para executar as tarefas…É assim que se costuma fazer, na nossa terra.
E enquanto assim se pensar, seremos eternamente, os coitadinhos da Europa; e a juventude, apartidária, não terá outro remédio, senão ir em demanda de outras pátrias, de outros povos, onde haja mais justiça; e em que cada um valha pelo valor e dedicação, e não, pelas ideias políticas, que diz perfilha

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