RDPoesias no Ar! - Lelival da Playlist RADIOJOVEM

Bem-vindo, e-mail é lenivalnunes@hotmail.com

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A troca da batina pelo amor - Por Josivam Alves



A troca da batina pelo amor
Por Josivam Alves (*)
A sinceridade ainda é algo admirável nas pessoas. Com ela, caminham a razão e a paz interior. Não adianta o ser humano enganar-se e mentir a si mesmo. É bom saber e ter consciência de que todas as portas estão abertas para a verdade.
Nesse aspecto, o padre Francisco Batista Neto (padre Neto), pároco da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, da cidade de São João do Rio do Peixe, alto sertão paraibano, está sendo sincero e verdadeiro.
Aqui, não se trata do primeiro caso em que o amor vence a vocação. Recentemente, o padre Lourival, que foi pároco na nossa vizinha cidade de Belém do Brejo do Cruz, também fez o mesmo.
O padre Neto foi extremamente coerente. Escreveu e distribuiu carta aberta, com a comunidade católica do alto sertão, principalmente com os fiéis de sua paróquia, dando conta de que está deixando a batina para casar e viver um grande amor.
É assim que se faz. Ele agiu de forma diferente de muitos, que continuam vestindo a batina, casando, batizando, crismando e vivendo relacionamentos amorosos na clandestinidade. A atitude de dar satisfações ao povo e aos superiores, para justificar a decisão do futuro ex-sacerdote, representa um gesto de responsabilidade.
Em nossa cidade de Catolé do Rocha, por exemplo, alguns padres renunciaram à batina. Fizeram isso em nome do amor e da família para se reencontrarem consigo e serem leais aos seus sentimentos. Não é justo nem saudável ter uma vida reprimida.
O celibato clerical já devia ter acabado há muito tempo. Não se sabe por que a igreja insiste em mantê-lo. Circulam rumores de que o Vaticano não quer comprometer seu patrimônio material e financeiro com filhos e viúvas de sacerdotes. E como as Igrejas Evangélicas, com pastores e suas famílias, vivem tão bem!
A imposição do celibato é uma das razões de muitos padres deixarem o clero e suas comunidades. É também um dos empecilhos às vocações sacerdotais. Essa é uma realidade muito forte. Sem dúvida, interfere veementemente na missão de muitos jovens. Eles poderiam se tornar grandes líderes do catolicismo para a multiplicação do evangelho.
Nossa Igreja Católica deve repensar seriamente essa questão. Pois, os padres e as freiras têm o direito divino de constituírem suas famílias e viverem felizes. Não posso acreditar que Deus seja a favor do celibato. Isso só pode ter sido uma invenção da Santa Sé e um preconceito contra a natureza humana.
O papa Francisco, na qualidade de Sumo Pontífice, que tem demonstrado o desejo de fazer mudanças na Igreja, poderia colocar na pauta de suas prioridades, profunda discussão sobre o tema.
Catolé do Rocha, 16 de outubro de 2014.
(*) Josivam Alves é católico apostólico romano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário