RDPoesias no Ar! - Lelival da Playlist RADIOJOVEM

Bem-vindo, e-mail é lenivalnunes@hotmail.com

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O que é poupar?

O QUE É POUPAR ?



Por Humberto Pinho da Silva



Numa entrevista, que Manuela Ferreira Leite – a primeira mulher portuguesa a chefiar um partido político, – e antiga ministra, concedeu a canal de TV, ao responder, à pergunta: “ Se era muito difícil governar”, a economista, declarou: “ Toda a boa dona de casa sabe como se governa um país…”
Para nosso mal, nem todos os políticos sabem governar bem sua casa…
Se inqueríssemos um grupo de pessoas de diferente formação académica, todos responderiam: que sim. Que sabem administrar bem o seu dinheiro; mas saberão?
Conheci sujeito, que vivia em Gaia. Homem extremamente poupado. Passou a vida a economizar: alimentava-se apenas a sopa. Muitas vezes ficava em jejum, para amealhar o necessário para construir a casinha dos seus sonhos…
Tenho, também, amigo, que desde a adolescência, trabalhou dia e noite, na esperança de aferrolhar pecúlio, que lhe permitisse velhice folgada.
Raras vezes viajou. Nunca foi ao cinema ou teatro. Viveu para trabalhar. Chegou a velho sem ter verdadeiramente vivido.
O pecúlio acumulado, foi, em parte, delapidado pela inflação, por financeiros astuciosos e impostos.
A meu ver, nada disso é poupar.
Tenho para mim, que poupar, é o que fazia Calouste Gulbenkian:
Após o pessoal sair (segundo disse seu advogado,) ia de secretária a secretária recolher toquinhos de lápis, que estes desprezavam, para utilizá-los no porta- lápis.
Ou o que li, na juventude, numa publicação francesa. História, que diziam ser verídica:
No alto de verde colina, vivia, num velho castelo, senhor idoso, conhecido na aldeia – que ficava no vale, – por grande avarento.
Os criados asseveravam, a quem queria ouvi-los, – que guardava fósforos queimados, e escrevia em papéis de facturas, que reunia numa mola de aço.
Um dia houve terrível incêndio, que devorou parte da povoação.
Algumas meninas resolveram fazer peditório, para amenizar os enormes prejuízos.
Alguém lembrou, que o senhor do castelo, homem muito rico, podia ajudar. Mas logo disseram: que não valia a pena subir a colina, porque o dono da casa era sovina e mesquinho.
Mesmo assim foram. Recebeu-as cortesmente. Depois de as ouvir, dirigiu-se a velho contador. Abriu uma gaveta, e retirou uma nota de mil francos.
Perante o espanto de todas, esclareceu: Foi devido às minhas poupanças e “sovinices”, que agora posso oferecer-vos esta quantia.

Ser económico, não é privar-se do que é necessário, mas sim: tudo aproveitar, e não gastar mais do que se recebe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário